É um belíssimo conto, este. Pode ser lido em voz alta, interpretado, transformado em peça teatral. Enriquecedor e cheio de sentido, fala de um rei que um dia teve uma idéia. E não era uma idéia qualquer, não! Era uma idéia "toda azul".
O fantástico desta idéia é que ela se personifica, ganha vida. Ela brinca com o rei e até dorme feito gente, quando ele acha que pode ser perigoso ter uma idéia assim tão azul e deixá-la solta por aí e decide trancá-la e pendurar a chave em pesada corrente no próprio pescoço.
É intrigante que esta corrente seja pesada. Entendo ( e isto é entendimento meu, você pode discordar.) que o peso da corrente fosse o peso dos afazeres diários, das obrigações reais, que cada vez mais distanciam o monarca da beleza da idéia e do que ela representa de novo, de frescor e de alegria, felicidade. O fato de a idéia ter sido trancada num ambiente "escuro, sempre igual" também significa, pois a idéia tinha brilho, frescor, que todas as idéias têm. Precisava estar trancafiada num lugar assim para ser contida, guardada a 'sete chaves'.
Finalmente, depois de velho e desgastado, quando retorna ao quarto e retira a idéia, o rei percebe que o tempo passou e não mais poderia colocar a idéia em prática, pois ele mesmo não consegue mais brincar. Então, ele "fecha para sempre a porta". (Profa. Elizabeth)
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